Passaram mais de duas décadas desde o auge da sua carreira, mas Mário Jardel continua a ser sinónimo de golos em Portugal. O antigo avançado brasileiro, que brilhou ao serviço de FC Porto, Sporting e Beira-Mar, marcou 239 golos em 251 jogos no futebol português — números que poucos conseguiram igualar.
Em conversa com o podcast Sem Filtros, da Liga Portugal, Jardel revisitou os anos de ouro e a relação especial que construiu com os adeptos.
"No FC Porto vi que a bola chegava e fiquei tranquilo. Dizia só: 'coloquem a bola na área que eu resolvo'. Nasci para fazer golos, não nasci para jogar bem. Quando me dizem na rua 'jogavas muito', eu digo 'quem jogava muito era o Ronaldinho Gaúcho, o Deco'. Eu fazia golos", contou, entre risos.
O ex-avançado de 52 anos confessou também que os estádios do Dragão e de Alvalade ocupam um lugar especial na sua memória: "Os estádios onde mais gostava de marcar eram, obviamente, o Estádio do Dragão e o Estádio José Alvalade. FC Porto e Sporting são como dois filhos para mim", afirmou.
Ainda assim, Jardel não esquece o prazer que sentia em marcar no reduto do eterno rival: "Também gostava de marcar no Estádio da Luz, só para os adeptos do Benfica não ficarem muito tristes", brincou, antes de recordar que esteve "perto de vestir a camisola do Benfica por duas vezes" — uma antes de assinar pelo FC Porto, em 1996, e outra em 2000, quando foi promessa eleitoral de Manuel Vilarinho.
Com quatro títulos de campeão nacional, três Taças de Portugal e quatro Supertaças no currículo, Jardel mantém viva a ligação a Portugal: "Quando vou a Portugal recebo muito carinho e aqui em Fortaleza há muitos portugueses. Portugal é uma casa para mim. Tenho dois filhos portugueses, que nasceram no Porto — um benfiquista e um portista (risos). Até pelos adeptos do Benfica sou acarinhado na rua."
Na conversa, o goleador brasileiro abordou ainda a passagem pelo Galatasaray, em 2000, entre as etapas no FC Porto e no Sporting, uma experiência que descreve como "marcante, mas breve".
Mário Jardel, um dos maiores finalizadores que o futebol português já viu, continua a olhar para o passado com a mesma simplicidade que o caracterizou em campo: "Eu fazia golos. Era o que sabia fazer melhor."