Cristóvão Carvalho, líder da lista "Pelo Benfica" que concorre às eleições de 25 de outubro para a presidência do clube da Luz, acredita que o ato eleitoral poderá produzir vencedores de diferentes listas para os vários órgãos sociais: Direção, Mesa da Assembleia Geral (MAG) e Conselho Fiscal (CF). E diz que uma coabitação saudável parece improvável, dadas as "posições tão radicais" dos candidatos.
O advogado alerta assim que o Benfica corre um risco elevado de ingovernabilidade se o radicalismo desta campanha eleitoral for transposto depois para os órgãos sociais, e dá como exemplo o que aconteceu há não muito tempo com o rival Sporting em 2011, quando Luís Godinho Lopes foi eleito presidente e resistiu menos de dois anos no cargo, durante os quais conheceu oposição crescente da MAG liderada por Eduardo Barroso, afeta a Bruno de Carvalho, que tinha sido derrotado na corrida à presidência da direção leonina.
"O pior que podia acontecer ao Benfica é entrarmos numa ingovernabilidade nestas próximas eleições. E sinto que esse risco é grande e tudo farei para que isso não aconteça", afirma em em entrevista à agência Lusa o candidato de 52 anos, não se coibindo de sublinhar que os apoiantes de João Noronha Lopes e João Diogo Manteigas têm "alguma dificuldade" em lidar com a democracia.
"É uma nova realidade no Benfica. Mas temos experiências em clubes rivais que não correram bem. Se for essa a vontade dos sócios...e até acho que é o que vai acontecer. Vai haver uma lista (vencedora) à Direção, uma ao Conselho Fiscal, uma à Mesa da Assembleia Geral, todas de listas diferentes, porque os sócios manifestaram muito essa vontade, de querer essa autonomia", observa.
"Só quero que o Benfica tenha, a partir do dia 25, ou a partir do dia da segunda volta, uma Direção que tenha o apoio de todos os benfiquistas e possa governar o Benfica durante os próximos quatro anos sem guerras, sem quezílias e com governabilidade. Esse vai ser o tónico do apoio que eu possa dar a alguma das candidaturas", acrescenta Cristóvão Carvalho na mesma entrevista à Lusa.